Os vinhos efervescentes acabam por revelar a vocação vinícola do Brasil
POR MARIA EDICY MOREIRA
O brasileiro, que sempre foi apegado aos vinhos tintos, começa a descobrir o frescor, a delicadeza e a descontração dos espumantes. O estilo, a qualidade e o custo/benefício, aliados a um consumo mais democrático, estão fazendo com que os espumantes brasileiros alcancem ótima aceitação, tanto no mercado nacional quanto internacional.
“Os espumantes são bebidas alegres, festivas, democráticas e, por que não, descomplicadas. Além disso, têm o poder de combinar com o clima, a gastronomia e a personalidade dos brasileiros que estão perdendo o medo de arriscar, seja consumindo espumantes de maneira mais formal, com a melhor taça de cristal, ou mesmo produzindo drinks e os consumindo nos mais distintos locais, como praias e clubes”, afi rma Lucas Simões, enólogo e embaixador da Famiglia Valduga.
“O espumante sempre foi bem aceito em comemorações especiais. Porém, com o passar do tempo, o consumo em momentos de descontração, como uma happy hour, vem conquistando o consumidor. Tornou- se uma bebida versátil. Os diferentes estilos de produto proporcionam o consumo desde os momentos mais descontraídos até em harmonizações mais formais”, afirma Daniel Panizzi, diretor da Don Giovanni.
Por esses motivos, os espumantes produzidos no Brasil vivem o seu auge como um dos melhores do mundo e os produtores estão enchendo o mercado dessa bebida refrescante que vai muito bem com nosso clima tropical. Existem produtores como Vinícola Aurora, Grupo Famiglia Valduga, Vinícola Geisse, Estrelas do Brasil e Don Giovanni em que a produção de espumantes predomina, sendo que alguns mantêm uma pequena parte de vinhos tranquilos e outros se dedicam exclusivamente aos vinhos espumantes.
De acordo com o Ibravin, em 2018 os produtores venderam 20 milhões de litros e a previsão para 2019 é crescer 10%. O consumo de espumantes, que representa 8% do mercado de vinhos, está crescendo no mundo todo. A qualidade dos espumantes brasileiros já foi comprovada por mais de 300 medalhas conquistadas no mercado internacional.
O que faz a qualidade dos espumantes é a regularidade da qualidade das uvas que se repete todos os anos, enquanto as uvas para vinhos tranquilos têm altos e baixos, qualidade em um ano e no outro, devido às condições climáticas, mais chuva durante a maturação dos frutos, podem apresentar menor qualidade, que se reflete nos vinhos.
“Historicamente, em Pinto Bandeira, produzimos espumantes desde 1997. Todas as safras, independentemente da quantidade, conseguimos colher uvas de excelente qualidade para espumantes. Economicamente, isso é favorável, pois o resultado está diretamente relacionado à qualidade do produto que chega ao consumidor”, afirma Panizzi.
Por sorte, os espumantes demandam uvas colhidas precocemente, ao contrário dos vinhos tranquilos. “O maior desafio na produção de uvas finas no Rio Grande do Sul é a incidência de chuvas no período de maturação dos frutos, contudo, para que grandes espumantes sejam elaborados, a matéria-prima é colhida precocemente, para que mantenha sua acidez natural, conferindo frescor, delicadeza e longevidade aos espumantes” afirma o enólogo e embaixador da Famiglia Valduga, Lucas Simões.
Se considerarmos as preferências do consumidor de vinhos brasileiro, produtos com maior concentração de açúcar, como o espumante Moscatel, ainda são os preferidos. Entretanto, de maneira lenta e gradativa, os produtos menos adocicados estão sendo mais procurados. Devemos também considerar o propósito de cada marca. No caso da Casa Valduga, produtos mais secos e elaborados através do método tradicional são os mais representativos. Porém, no caso da Vinícola Aurora, em que a produção de espumante moscatel representa 50% das vendas de vinhos espumantes, a participação desse produto no mix é mais representativa.
Por enquanto a produção de espumantes no Brasil se concentra principalmente na Serra Gaúcha e na Serra do Sudeste, embora existam produções menores em outras regiões. Os produtores têm explicações porque as regiões de serra vêm se destacando.
Para Rodrigo Arpini Valério, gerente de marketing da Vinícola Aurora, os motivos estão em alguns fatores que influenciam na qualidade das uvas, como o clima que predomina na região e faz com que as uvas empregadas na elaboração dos espumantes atinjam boa qualidade, com alta acidez e boa concentração, características desejadas para os bons espumantes.
A precipitação pluviométrica acrescida do efeito da localização geográfica, da altitude e do tipo de solo exerce influência sobre o amadurecimento lento das uvas. Os fatores relacionados à localização geográfica da Serra Gaúcha e da Serra do Sudeste participam da tipicidade dos vinhos espumantes, determinando a duração do período da maturação da uva.
A altitude impõe um processo de maturação lento, pois maiores altitudes apresentam amplitudes térmicas elevadas entre os dias e as noites. Esse aspecto é importante para garantir mostos de pH baixos, com teores de potássio adequados e, consequentemente, acidez equilibrada da uva. A altitude também favorece a aeração do vinhedo e a secagem mais rápida das folhas por ocasião do aumento das precipitações pluviométricas, reduzindo o ataque de agentes causadores de doenças.
“O destaque vem de uma dinâmica que se criou: a Serra Gaúcha possui condições naturais (solo, clima e suas variáveis) ótimas para a produção de uvas para espumantes. Além disso (ou justamente por isso), algumas empresas instaladas na região foram, ao longo do tempo, se especializando na produção de espumantes, investindo em conhecimentos e tecnologia. Esses fatores fizeram com que a alta qualidade dos produtos fosse notada pelos consumidores, o que refletiu na mídia. Isso amplificou a notoriedade das empresas e dos produtos. Então outras empresas na região também começaram a produzir espumantes, tendo como referencial os produtos de qualidade elaborados pelas empresas mais tradicionais”, afirma o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Celito Crivellaro Guerra.
Você deve estar se perguntando o que é um espumante de qualidade? Lucas Simões, da Valduga, tem a explicação. Segundo ele os ‘grandes espumantes nunca gritam, sempre conversam’. “Quando nos referimos à qualidade técnica de um espumante devemos considerar o equilíbrio existente entre todos os componentes do vinho. A acidez deve ser marcante, mas nunca agressiva. O teor alcoólico deve ser moderado, para não conferir uma sensação de aquecimento ao líquido. O perfil aromático deve estar condizente com a proposta do produto, uns com perfil jovem, nos quais frutas frescas e cítricas se destacam, outros com notas mais evoluídas, proporcionando nuances de frutas secas e torrefação”.
VINÍCOLA AURORA
A Cooperativa Vinícola Aurora, por exemplo, tem a produção de uvas para espumantes concentrada na Serra Gaúcha, mas em diferentes localidades, nas propriedades de vários de seus 1.100 associados, em locais como Lajeadinho, Tuyuti, Monte Belo do Sul. E, naturalmente, Pinto Bandeira, o grande terroir para as variedades de espumante.
Na Aurora Pinto Bandeira (área pertencente à própria cooperativa, onde colhe as uvas dos vinhos com Indicação de Procedência Pinto Bandeira), são cultivadas as Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico que entram na composição dos espumantes top, como o Aurora Extra Brut Pinto Bandeira.
“Cada uma dessas regiões tem determinadas características que no conjunto proporcionam uvas para espumantes de alta qualidade. São uvas precoces –as primeiras a serem colhidas na safra– e vêm com alta acidez, além de toques frutados frescos e, dependendo da variedade, algum toque de mineralidade. Tudo isso empresta aos espumantes o caráter de frescor e elegância”, afirma Rodrigo Arpini Valério, gerente de marketing da Vinícola Aurora.
Em 2018, a Aurora produziu 3,8 milhões de garrafas de espumantes. Em 2019 produziu 4,5 milhões de garrafas. Desse total, 50% são espumantes Moscatel, 20% espumantes rosados e 20% de espumantes brancos.
A Vinícola Aurora usa o método tradicional (Champenoise) apenas no Aurora Extra Brut Pinto Bandeira IP, elaborado com as uvas cultivadas especificamente em Pinto Bandeira (Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico). Os demais espumantes finos da vinícola usam o método Charmat, variando de um para outro quanto ao tempo de contato com as leveduras. Na linha Procedências, por exemplo, (com uvas dos associados, porém de regiões específicas) é usado o Charmat longo (tempo prolongado de contato com as leveduras), em torno de 6 meses. Na linha Aurora (Brut, Demi Sec, Prosecco) é usado o método Charmat de tempo médio de contato com as leveduras. Os espumantes Marcus James, Conde de Foulcaud e Saint Germain também adotam o método Charmat.
O Espumante Moscatel (rosado ou branco) é elaborado com o método “Asti”, de uma só fermentação, em que a fermentação do mosto flor é interrompida, com temperatura fria, quando atinge 7,5 graus alcoólicos aproximadamente. Dessa forma, resulta um espumante naturalmente doce (porque parte do açúcar da uva não se transformou em álcool) e com baixo grau alcoólico (por legislação pode ser de 7% a 10%, em vez de 10% a 13% dos demais espumantes.
FAMIGLIA VALDUGA
A Famiglia Valduga cultiva vinhedos em três regiões gaúchas: Vale dos Vinhedos, Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha. Cada uma com sua vocação vitivinícola bem delineada. As uvas utilizadas para espumantes são a branca Chardonnay e a tinta Pinot Noir. Em relação aos Moscatéis, as uvas são Moscato Branco, Moscato Giallo e Malvasia. Todas as uvas são originadas do Vale dos Vinhedos e da Serra do Sudeste.
Segundo Lucas, no Vale dos Vinhedos, a mais tradicional região vitícola brasileira, a uva Chardonnay se destaca. Caracterizada por relevo acidentado e composição pedregosa do solo.
Já na Serra do Sudeste, segundo o enólogo, o destaque é a elevada amplitude térmica. Durante a maturação dos frutos, os dias são quentes e secos e as noites frescas, proporcionando às uvas maior intensidade aromática.
O Grupo Famiglia Valduga planeja produzir neste ano em torno de 900 mil garrafas de espumantes. O Moscatel representa entre 15% e 20% desse volume total. Na Casa Valduga a elaboração de espumantes representa 55% do volume total de vinhos, contudo, a meta é chegar a 70% dentro de alguns anos. No grupo existe outra empresa, chamada Ponto Nero, em que 100% dos produtos são espumantes.
DON GIOVANNI
Cravada no terroir de Pinto Bandeira, onde cultiva uvas Chardonnay, Pinot Noir e Merlot, a Don Giovanni tem tudo para produzir bons espumantes em um terroir típico para esse tipo de bebida. “Esses fatores posicionaram nossos produtos e colocaram os mesmos entre os mais conceituados espumantes produzidos, em âmbito internacional”, afirma Daniel Panizzi, diretor da Don Giovanni.
Segundo ele, o terroir de Pinto Bandeira oferece condições climáticas e características de solo com excelentes condições e aporta características excepcionais aos espumantes. Principalmente no que diz respeito ao equilíbrio entre o açúcar e acidez.
A produção de espumantes da Don Giovanni em 2019 deve atingir 75 mil garrafas, sendo 80% de espumantes e 20% de vinhos tranquilos. Os espumantes se dividem em 85% brancos e 15% rosados. O método de produção adotado é o Champenoise ou tradicional, em que a segunda fermentação (a presa de espuma), acontece dentro da própria garrafa que chega ao consumidor.
VINÍCOLA GEISSE
Instalada também em Pinto Bandeira a casa Geisse cultiva suas uvas Chardonnay e Pinot Noir nesta região que é a mais alta da Serra Gaúcha. Segundo Daniel Geisse, gerente de marketing, a área vem se consagrando como um dos melhores terroirs do Novo Mundo para elaboração de espumantes, pois microclima, altitude e solo permitem uma excepcional consistência de qualidade na produção de uvas para espumantes.
“Pinto Bandeira, que está prestes a se tornar a primeira DO para espumantes do Novo Mundo, permite a elaboração de vinhos efervescentes muito elegantes, com acidez agradável e excelente estrutura, o que os torna especiais e bem gastronômicos”, afirma.
A Embrapa Uva e Vinho está cuidando da coordenação/execução dos trabalhos para a construção do regulamento de uso e de todos os documentos técnicos que comporão o dossiê a ser entregue ao INPI para o reconhecimento da região “Altos de Pinto Bandeira” como região delimitada com status de Denominação de Origem.
A Geisse é especialista no método tradicional, e 100% da sua produção é de espumantes. Os vinhedos são todos de Chardonnay e Pinot Noir. Ao todo, a vinícola produziu em 2019 cerca de 400 mil garrafas de espumante, sendo 70% brancos, 25% rosés e 5% Moscatéis.
ESTRELAS DO BRASIL
Bento Gonçalves e Nova Prata são as localidades que a Estrelas do Brasil escolheu para cultivar as uvas para espumante: Pinot Noir, Chardonnay, Riesling Itálico e Viognier, além de Trebbiano e Prosecco. Também há Moscato Branco, Moscato R2 e Moscato Giallo para espumante Moscatel.
Segundo Irineo Dall’Agnol, as regiões escolhidas pela Estrelas do Brasil têm solo rico em potássio, bem drenado, com noites frias e dias com temperaturas máximas próximas a 30º C, fazendo com que as uvas atinjam a maturação ideal, preservando a acidez no mosto, fundamental para obter frescor e aromas delicados.
A produção da Estrelas do Brasil em 2019 totalizou 30 mil garrafas. A vinícola tem capacidade para até 300 mil garrafas, mas o objetivo a médio prazo é chegar a 50 mil garrafas/ano. Das 30 mil garrafas, 90% são espumantes e 10% vinhos tranquilos. Um percentual de 25% da produção de espumantes são rosés, 70% brancos e 5% de Moscatel. Os métodos de produção são champenoise, charmat e tipo Asti.
NOVAS FRONTEIRAS
Nos anos 2000 houve uma expansão do plantio de uvas Vitis vinifera para novas regiões do Estado do Rio Grande do Sul e do país. O pesquisador Celito Guerra chama a atenção para os novos empreendedores que se lançaram no setor, de modo que o produto é hoje elaborado em Estados como Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Vale do São Francisco (Bahia e Pernambuco).
“A qualidade dos produtos nessas novas regiões é muito promissora. Como de praxe no mundo do vinho, alcançar a excelência é um processo que demanda tempo, mas as perspectivas são bem positivas”, afirma Guerra.
O Rio Grande do Sul, com destaque para a Serra Gaúcha e Serra do Sudeste, e outras regiões iniciantes como Campanha e Campos de Cima da Serra respondem ainda hoje pela quase totalidade do volume de espumantes do país.
SERRA CATARINENSE
A serra de Santa Catarina dá largos passos na produção de espumantes. A Villa Francioni, a mais tradicional vinícola da região de São Joaquim, aposta nos espumantes de forma gradual. A produção é pequena, 8% em relação aos vinhos tranquilos, mas promissora.
“Decidimos investir em espumantes para ampliar o mix de produtos e aproveitar as boas condições de nosso terroir e de nossos vinhedos que possibilitam a produção de produtos de excelência”, afirma o enólogo Nei Rasera.
Segundo ele, o clima frio de São Joaquim possibilita uma maturação mais lenta das uvas, preservando a acidez, fundamental.
Os espumantes, produzidos principalmente pelo método Champenoise, ou tradicional, possuem acidez que possibilita maior tempo de autólise sem perder o frescor, ganhando complexidade tanto em aromas quanto em sabores. Ao todo, a Villa Francioni produz 10 mil garrafas por ano, sendo 5 mil de espumante tradicional e 5 mil de rosé.
As uvas usadas na produção dos espumantes da linha VF são Chardonnay e Pinot Noir. Para os espumantes da linha Joaquim são usadas uvas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Semillon, Merlot, Sangiovese, Syrah, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. A produção é feita usando ambos os métodos Champenoise e Charmat.
SUDOESTE DO PARANÁ
No município de Mariópolis/PR a vinícola RH, comandada pelo casal Odilete Rotava e Waner Herget se dedica exclusivamente à produção de espumantes a partir de uvas Chardonnay e Pinot Noir. Fundada em 2000, a vinícola tem vinhedos em 9 hectares e produziu em 2019 13 mil garrafas da bebida.
“Investimos no preparo de solo, tratos culturais adequados para a formação de um bom vinhedo, uso de mudas selecionadas, boas técnicas de vinificação, assessoria adequada e dedicação”, afirma Odilete. Os espumantes produzidos pelo método tradicional têm boa acidez, grande frescor e longevidade. A produção se divide em 65%, brancos, 20% rosados e 15%, moscatel.
VALE DO SÃO FRANCISCO
A Vitivinícola Santa Maria, dona das marcas Rio Sol e Adega do Vale, produziu em 2019 um milhão de garrafas de espumante Rio Sol Brut Branco – Syrah, Rio Sol Brut Rosé –Syrah, Rio Sol Demi- -Sec – Syrah e Moscato Canelli e por último Moscatel – Moscato Canelli.
Ricardo Henriques, enólogo da Santa Maria, diz que o Vale do São Francisco é a única região produtora de vinhos do mundo próxima à linha do Equador. “Estamos a 8º graus de latitude sul e as características exclusivas desse terroir nos permitem produzir espumantes de qualidade, agradáveis ao paladar, com boa acidez e refrescantes”.
O Vale do São Francisco é também a única região do mundo onde há uvas maduras no pé praticamente todos os dias do ano e onde se pode observar os quatro estágios da videira no mesmo dia. São mais de 300 dias de sol com uma temperatura média elevada e ausência de chuvas. Com a irrigação do Rio São Francisco produz-se uvas com excelente grau Brix (medida de presença de açúcar natural nas frutas).
As uvas usadas para produzir os espumantes Syrah e Moscato Canelli e as outras para vinhos tranquilos como Cabernet Sauvignon, Tempranillo, Alicante Buschet, Touriga Nacional, Chenin Blanc, Viognier e Fernão Pires são cultivadas em 120 hectares.
Os espumantes são produzidos pelo método Charmat, com fermentação em tanques de inox com temperatura controlada. A bebida borbulhante corresponde a 40% em relação aos vinhos tranquilos, que representam 60% da produção total de vinhos da empresa.
“Os espumantes formam um nicho de mercado em expansão; trata-se de um produto cujo consumo é diretamente ligado a um estilo de vida positivo e alegre; já há uma dinâmica muito positiva que foi criada relativamente aos produtos brasileiros e produzir e/ ou consumir espumantes exprime um estilo elegante, sem ser esnobe, descolado, sem ser lugar-comum e exigente, sem ser pretensioso”, afirma o pesquisador Celito Guerra, da Embrapa/RS.
“Acreditamos que naturalmente, através do tempo, as regiões vão se direcionando ao produto que tem melhores condições de consistência, qualidade e valorização, com vantagens competitivas em relação aos demais produtores do mundo, e o espumante produzido na Serra Gaúcha reúne essas características”, afirma Daniel Geisse, gerente de marketing da Vinícola Geisse.
“Produzir espumantes exige muito conhecimento, investimentos de longo prazo e muita persistência. Porém, traz muita satisfação, pois o vinho é um agente que aproxima as pessoas e o produtor ganha notoriedade se seu produto for reconhecido”, afirma Irineo Dall’Agnol, sócio da Estrelas do Brasil.
“O espumante é uma bebida versátil e apropriada para o clima quente, o brasileiro tem descoberto a qualidade dos espumantes produzidos no Brasil e o consumo vem aumentando ao longo dos anos. Festas como formaturas, casamentos e shows têm adotado o espumante, e o consumo em praias e clubes tem crescido”, afirma Ricardo Henriques, da Santa Maria.
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