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Vinho Magazine

Moscatel - Por que não?

O Moscatel espumante brasileiro é certamente um dos melhores do mundo –e ainda enfrenta preconceitos…

POR IRINEU GUARNIER FILHO

Com a conquista de uma Indicação de Procedência (IP) do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para seus Moscateis, em 2016, Farroupilha, na Serra Gaúcha, tornou-se a quinta Indicação Geográfica de vinhos finos do Rio Grande do Sul, juntamente com as IPs de Pinto Bandeira, Altos Montes, Monte Belo do Sul e a Denominação de Origem (DO) do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Isso significa que os moscateis de Farroupilha têm suas características e métodos de elaboração reconhecidos como exclusivos no cenário vitivinícola brasileiro.



Há bastante tempo defendo, mesmo contra certo ceticismo e desdém por parte de muitos enófilos, que o moscatel é um dos melhores produtos da indústria vinícola brasileira. E, infelizmente, um dos mais subestimados, por conta de preconceitos injustificáveis. Já fui bastante incompreendido por isso. Mas a melhor prova de que isso é verdade é o grande número de premiações desse vinhos em concursos internacionais.

O Moscatel brasileiro é um espumante de alta qualidade. Pouco alcóolico (7,5% em média), fermentado apenas uma vez, com açúcar entre 70 e 100 gramas por litro em média, geralmente tem sabor menos adocicado e é mais vibrante do que a maioria dos Asti italianos (a referência mundial no gênero) graças à sua refrescante acidez. Gostar ou não de bebida alcoólica doce e uma questão de gosto pessoal. O mundo do vinho oferece opções para todos os paladares.

Como se tudo isso não bastasse para justificar a presença do Moscatel entre os principais produtos vinícolas feitos no Brasil, essa despretensiosa bebida ainda tem um papel muito importante num mercado que consome menos de 2 litros de vinho per capita ao ano: é geralmente o primeiro vinho de consumidores neófitos que começam a se aventurar pelos domínios de Baco.

Bebido puro, ou como ingrediente de coqueteis, é um vinho descomplicado, que pode ser consumido tanto num boteco de calçada quanto à beira da piscina ou na praia – sempre bem gelado, como convém ao clima tropical.

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